Rock Pedreira
Nos confins da Zona Sul, num tempo longínquo, num lugar onde ninguém se interessava por música, uma porção de malucos se reunia toda quarta feira para traçar metas musicais para os próximos dias.
Marcavam Shows, eventos, feiras, sarais...estavam criando uma cena musical eclética e que funcionava (guardadas devidas proporções).
Estava criado o movimento musical “Rock Pedreira”, aproximadamente no ano 2.003.
Muitos aspirantes a artistas, outros que já tinham sentido o gosto do sucesso, e muitos que nunca sentirão.
Faziam parte deste movimento as bandas: Seubatista, Avont’z, Zera, Os Brazucas, Samp Soul, Crise Existencial, Melindah, Tio Krueger, Pânico Urbano, Banda Reciclagem e algumas outras que infelizmente não lembro o nome.
Toda semana tinha alguma coisa interessante acontecendo, sempre tinha um show pra participar, pra fazer ou simplesmente pa assistir.
Algumas bandas mais conhecidas passaram pela sede do movimento pra tocar ou pra dar palestras sobre produção, sobre o meio artístico. Passaram por lá: Língua de Trapo, Ratos de Porão, Inocentes entre outros.
Nesse tempo, eu fazia parte apenas da Seubatista (algum tempo depois, eu assumi os microfones da banda Os Brazucas). Fizemos shows memoráveis tanto pro lado positivo, quanto pro negativo da coisa. Quase todo final de semana tinha show, não ganhávamos nada, mas nos divertíamos muito.
Era verdadeiro, intenso.
Com certeza uma das melhores fases da minha vida.
Hoje estamos sempre tentando retomar nossa “Carreira”, mas tá difícil.
Porque eu estou falando disso hoje?
No último sábado, dia 30/04, trabalhei até tarde, 17:10 pra ser mais exato, sai da Copagaz puto da vida, doido pra chegar em casa e tomar uma cerveja. To cheio de telhas pra pintar, e não teria tempo de fazer mais nada. Meu sábado estava perdido.
No caminho de casa, passo em frente a uma escola de música chamada SP Music, na Av. Yervant Kissajikian, não sei o número, e estava rolando um festival com bandas dos alunos. Parei o carro e ouvi umas duas músicas com uma banda q também não sei o nome, não era uma ótima banda, mas um conjunto de 4 elementos que funcionavam juntos, assim como a Seubatista há tempos atrás.
Foi a melhor coisa do meu dia. Conseguiu mudar meu humor. Não tinha ninguém com calça rosa ou laranja, ninguém com o cabelo na testa tampando os olhos, só pessoas a fim de conhecer uma banda nova, que quer tocar o verdadeiro Rock’n Roll.
Tenho 31 anos e nunca toquei uma música do Motörhead, mas ver uma banda com média de idade de 20 anos, que tocou Ace of Spades como se tivessem vivido a composição da música, foi fantástico e me deu a certeza de que nem tudo está perdido.
Bom, se alguém ler este post, e tiver informações sobre as bandas q tocaram neste festival, me mande pra que possamos divulgá-las, e se alguém tiver notícias das bandas citadas aqui, me manda também.
Quem sabe agente não consegue fazer uma reunião em 13 de julho.
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